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domingo, 20 de junho de 2010

Meu rugido dominical



Nós somos mesmo um povo de contrastes. A capa da revista Veja desta semana traz um assunto que começou como uma brincadeira no Twitter e ganhou corpo e músculos suficientes para tornar-se tema global, algumas vezes na semana passada e hoje, domingo, 20 (dia de jogo do Brasil contra a Costa do Marfim, vencido por nós com placar de 3 x 1), chegou de novo ao Trending Topic mundial. O trending significa que um tópico é tantas vezes tuitado e retuitado que ganha, assim, força o suficiente para chegar aos dez assuntos mais comentados do mundo no Twitter, rede de microblog mundial que tem 105 milhões de usuários.


A matéria que rendeu capa da Veja (de autoria do meu amigo sumido @jadyrpavao e um colega) foi sobre a força das redes sociais e, de forma emblemática, especificamente sobre o Twitter e sua assimilação pelo internatura brasileiro. A brincadeira começou com a hashtag CALA BOCA GALVAO e transformou-se em fenômeno mundial, com os tuiteiros estrangeiros curiosos para saber o significado da frase.


Galvao é Galvão Bueno, narrador da Rede Globo, maior emissora de TV aberta do Brasil. O narrador não tem meios termos: é amado ou odiado em igual proporção. Locutor oficial da emissora há quase 30 anos, Galvão há muito é criticado pelo telespectador. Eu mesmo já fui testemunha disso em várias copas. Mas agora, com as redes sociais, há um elemento que se provou uma poderosa ferramenta na mão do telespectador: a internet. E mais, o uso maciço das redes sociais.


Ao fazer a hashtag (termo ou expressão precedido por # para identificar mais facilmente um assunto no Twitter) galgar projeção mundial, o mundo respondeu e mídias tradicionais como o jornal The New York Times e o El País investigaram a história e explicaram do que se tratava.


A própria emissora de Galvão, a Rede Globo, achou por bem se dobrar à força do usuário do Twitter e fez com que o próprio locutor risse da campanha e de si mesmo. Quando você não pode com ele (o inimigo), junte-se a ele, reza o ditado. Foi o que fizeram a Rede Globo e Galvão Bueno.


A história vai longe ainda mas não preciso reproduzi-la por inteira (veja abaixo o vídeo que transformou o CALA BOCA GALVAO em Save Galvao Birds Campaign).





Quero chamar a atenção para o contraste a que me referi no início deste post. Veja as estatísticas da internet e internauta brasileiros segundo dados recentes do instituto Ibope/Nielsen:


- 65,7 milhões de brasileiros eram usuários de internet até dezembro do ano passado
- 5º. - colocação do Brasil no ranking mundial de conexões à internet
- 44% da população urbana estão conectados
- 24% dos domicílios brasileiros estão conectados
- 27,5 milhões acessam a internet em casa (36,5 milhões se contar com o acesso profissional)
- 87% dos usuários acessam a internet ao menos uma vez por semana
- 1º. - somos o país número 1 em tempo de acesso à internet (apenas navegação em sites) - passamos 48 horas e 26 minutos conectados mensalmente. Se somar o MSN, Skype, Emule e Torrent, esse tempo sobe para 71 horas e 30 minutos por mês. Os EUA são o segundo, com o tempo de 42h19m, seguidos pelo Reino Unido, com 36h30m, França, com 33h22 e Japão, em quinto, com 31h55m
- 60 milhões são os computadores (PCS, Macs, notebooks e netbooks), que devem chegar a 100 milhões até 2012
- 23 milhões são as conexões de banda larga no Brasil, das quais 11,5 milhões são móveis (celulares) e 11,5 milhões são fixas


Quando eu me referi aos contrastes, quis dizer que, a despeito desses números, continuamos muito menos sofisticados em relação a outras prioridades. Não sei avaliar qual é a importância de se estar conectado à internet e, simultaneamente, não ter acesso a uma série de outras demandas como saúde pública decente, transporte coletivo, ruas e calçadas em perfeito estado de conservação, segurança pessoal e patrimonial, educação de qualidade, acesso ao mercado de trabalho, impostos revertidos para o próprio contribuinte etc. etc. etc. É tanta coisa que não vale a pena listar.


O que quero dizer é que a despeito desses números, evidentemente, significarem uma elevação de patamar, não são suficientes para que grandes problemas conjunturais que estão aí, a serem resolvidos, da mesma forma que já estavam antes mesmo de se cogitar a existência da internet, desapareçam da noite para o dia.


Somos, de uma forma peculiar, um povo sedento por tecnologias. Basta ver a evolução do telefone móvel (somos 190 milhões de habitantes e 170 milhões de assinantes de telefonia celular) e da internet. Somos quase que, de uma forma bem generalizada, early adopters (usuários de primeira hora) quando se trata de novidades: TV LCD, TV LCD LED, TV LCD LED 3D, iPad, iPod, iPhone (parece que estamos perto de ser um dos cinco países que mais consomem produtos Apple no mundo).


Mas somos completamente rarefeitos a grandes passos políticos, que nos levem a outros patamares de exigências legítimas. Será que seremos condenados a servir de piada para o mundo, como fizemos com o locutor da Rede Globo? Seremos mesmo alguém ou não somos um país sério, como disse o embaixador brasileiro Carlos Alves de Souza Filho (uma correção: a frase "o Brasil não é um país sério" é atribuída erroneamente ao presidente e general francês Charles De Gaulle, mas é de autoria do embaixador brasileiro, e foi proferida em 1963 durante uma crise entre o Brasil e a França. Tudo por conta da pesca da lagosta que transformou-se no episódio "A Guerra da Lagosta"). Somos ou não sérios?


Em tempo: Ganhamos!!! Brasil 3 x Costa do Marfim 1. Não adiantou a pancadaria a que os fortões de marfim nos submeteram. Não adiantou tentar tirar no chute o jogador brasileiro. Desta vez estou um pouco mais satisfeito. Houve pancadaria da parte dos marfinenses mas houve futebol de verdade da parte do Brasil. Como não me ufanar? Ainda não foi O JOGO. Mas é um avanço em relação à partida anterior. Perdi quase metade do jogo por motivos outros. Mas não perdi os fogos que celebraram gol a gol e me deram a certeza que estávamos bem (revi os lances em videotape e estou mais satisfeito).



2 Comentários:

João Roque disse...

Meu querido Sérgio
já viste o que vai acontecer na próxima sexta feira, na África da Sul?
Uma coisa linda: um Portugal/Brasil que promete emoção a rodos e as duas selecções a passar aos oitavos de final.
Resta saber se interessa mais ficar em primeiro ou em segundo...
Beijo.

Redneck disse...

João, vamos lá, então. A França, pobre (hihihihi!!!!) caiu. Sinto, de verdade, pela África do Sul, que poderia ter continuado na Copa. E pela Coreia do Norte que, tendo liberado o sinal de Portugal e Coreia do Norte para o coreano assistir, deve, acredito, punir os jogadores de lá pela goleada. De resto, a Argentina segue com o infeliz do CALA BOCA MARADONA a pintar o sete. E vamos nós, pois, para a sexta-feira. Boa sorte para ambos os lados, cada um com o seu. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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