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domingo, 27 de junho de 2010

Meu rugido dominical



Vou fugir, pelo menos neste post dominical, do tema monocórdio que tem me tomado de assalto, assim, tipo, quem sou eu para falar de futebol? Estranhamente (para mim mesmo) tenho me dedicado a escrever sobre a bola e 22 homens que se entrecoxam e se entrechocam para levar a melhor sobre a Jabulani e sobre os 11 adversários. Mas, perdoe-me, estou contaminado pelo vírus da Copa do Mundo, que se me acomete a cada quatro anos.


Pois bem. Para fugir a este assunto e voltar a outro que me é caro, lhe faço uma pergunta: você já esteve em algum país da Escandinávia (Noruega, Suécia, Islândia, Dinamarca e Finlândia, a despeito de haver outras definições mais continentais)? Eu sim. Fui à Finlândia. Estive em Helsinki, Salo e Rovaniemi (essa última, na Lapônia). Da Finlândia, eu sabia apenas do Tom of Finland e do Papai Noel (não sei bem, mas ao juntá-los aqui, tenho a impressão que o primeiro é um presente do segundo).


Pois bem, 2. Voltemos do gelo. Estive na Finlândia a trabalho e gostei muito de lá. Achei muito frio, na comparação com o clima ameno que viceja aqui no Brasil. Mas gostei. De várias coisas. Da limpeza das ruas, da civilidade das pessoas, do azul dos olhos, dos gramados e pastos bem cuidados, das estradas muito bem feitas, da esportividade que parece pertencer a todos, dos ciclistas, muitos, milhares. Do metrô vazio. De Helsinki à noite (e era sempre noite, que coisa!). Da liberdade de ir e vir, a pé. Para quem vive em São Paulo, com seus 10 milhões de habitantes, caminhar por Helsinki, com pouco mais de 580 mil habitantes, não é nada. A cidade é facilmente absorvida.


Gostei dos campos, entre uma cidade e outra. Dos trens, confortáveis. Da boa companhia de noruegueses no trem. Dos soldados e da polícia, simpáticos ambos (não me pergunte porque). Gostei tanto que seria, não obstante o frio, capaz de viver um tempo no país. Tinha planos de continuar meu trajeto na Escandinávia para a Noruega e Suécia mas, por ligações neurais que não as compreendo bem, comecei e encerrei minha viagem apenas na Finlândia. Mas o que eu vi foi suficiente para que eu admirasse os finlandeses e os escandinavos, de forma geral.


Hoje, domingo, 27, tenho mais um motivo para acreditar que, embora as notícias sobre essa Escandinávia gelada sempre estejam associadas a altos índices de suicídios e depressão por conta dos longos e tenebrosos inversos (por acaso, estou a ler um livro de uma autora sueca que se queixa da extrema escuridão do inverno sueco), ainda assim aquela região do mundo ostenta os melhores índices de desenvolvimento humano (IDH) de todo o planeta. Não deve ser, portanto, tão ruim viver em um mundo assim.


Mas o motivo a que me referi, que se me engrandece a Escandinávia diante de mim, é sobre a primeira-ministra da Islândia. Na Islândia nunca estive e sei do país três coisas: esquimós, Björk e Sigur Rós (meu grupo mais favorito de todos os tempos, ever!). Hoje, domingo, 27, soube mais uma nota: a primeira-ministra da Islândia, Johanna Sigurdardottir (a palavra 'sigur' significa vitória e não é coincidência o fato da ministra ter esse prenome como parte do sobrenome e ser do mesmo país dos meus favoritos Rós), casou-se com sua companheira no primeiro dia de vigência da lei que legaliza o casamento entre as pessoas do mesmo sexo na Islândia.


No dia 12 de junho, Dia dos Namorados no Brasil, os casais aqui deste país tropical, do mesmo sexo, trocaram presentes, talvez. Mas não receberam nada tão especial quanto naquele país gelado: o parlamento islândes aprovou por unanimidade a legalização do casamento gay na Islândia em 12 de junho. A primeira-ministra (no cargo desde fevereiro de 2009), além de ser a primeira chefe de governo no mundo a declarar abertamente sua homossexualidade, torna-se, agora, a primeira mulher lésbica a se casar com outra mulher publicamente.


Me diga, pois, se o que vem dos gelos lá de cima são apenas icebergs ou serão apenas a ponta desses icebergs que emergirão por cá nestas bandas? Eu, que amo de verdade o Sigur Rós (embora não entenda bulhufas o que eles cantam em islandês), deixo um vídeo (que, olha só, tem futebol...) desse maravilho grupo aqui porque nunca é demais. Beijo, com gelo e com sol. E mais não digo porque a Inglaterra caiu, a Alemanha ficou, o México caiu e a *&^&&^%%$$^^& ficou, para infelicidade de quase uma América do Sul inteira.




2 Comentários:

João Roque disse...

Em boa hora mudaste (um pouco) de assunto, pois o tema Escandinávia e mais propriamente o encaminhamento que lhe deste, é deveras interessante.
Eu já estive na Escandinávia, e não na Finlândia, nem na Islândia, mas sim nos outros três países e gostei muito, não só das belezas naturais, mas principalmente da forma de ser do povo daqueles países.
Posso mesmo afirmar que encontrei na Noruega, as pessoas mais encantadoras de todos os países que já visitei; Oslo é tão pequena ou ainda mais que Helsínquia, mas muito simpática; e fiz o trajecto Oslo- Bergen, de comboio, que é maravilhoso, com neve até, apesar de ser em Agosto. Bergen, onde chove sempre, é das cidades mais curiosas que conheço, e porta de saída para visitar os fabulosos fiordes!
Na Suécia, Estocolmo é fascinante; uma das cidades mais belas que conheço, construída sobre as mais variadas ilhas.
E na Dinamarca, o Tivoli faz de Copenhague uma bela apresentação de um país que faz um pouco a transição entre a Europa Central e a do Norte.
O nível de vida é elevado, claro e a educação superlativa; apesar disso, e não por causa das longas noites, eu era incapaz de viver na Escandinávia. Falta ali aquela chama de latinidade que é fundamental para mim e mesmo as pessoas (refiro principalmente os homens, é óbvio) são demasiado "brancas", loiras e insossas...
Não conheço a Finlândia (tenho o sonho de um dia visitar S.Petersburgo, os países bálticos e a Finlândia) e menos ainda a tão badalada (recentemente) Islândia, por causa daquele vulcão com nome difícil.
Parece ser um país muito belo e aprovaram. já depois de Portugal, o casamento entre pessoas do mesmo sexo; e que maravilha ver logo que a lei entrou em vigor, o casamento da sua Presidente, com a sua companheira.
Claro que também adoro Sigur Ros e este vídeo, que já correu mundo é qualquer coisa de maravilhoso.

E tens razão, é mil vezes preferível falar dos escandinavos do que das arbitragens do Mundial, principalmente das de ontem; se nos calha um árbitro assim amanhã, contra a Espanha, estamos bem f******.
Felicidades para a canarinha, hoje contra os simpáticos chilenos, que digo eu, irão ser esmagados (deixa-me ser bruxo...)
Beijos.

Redneck disse...

João, que lindo o seu comentário. Daria um excelente post de experiência de viagem. Para nós, ao contrário de vocês, é muito caro e difícil viajar para a Europa. Digo isso mais pela distância e dimensões do que pelo preço. A Europa é interconectada por trens e isso facilita muito transitar de um país para o outro. Sei disso porque muitos amigos que moraram ou moram em algum país europeu viajam bastante. Tanto de trem quanto de avião. Chamamos aqui de "fazer a Europa". Adorei o seu relato sobre os países escandinávios. Tive muita vontade conhecer Oslo e Estocolmo e simplesmente não foi possível. Copenhague, ainda mais. Quanto às pessoas e a ausência da latinidade que você cita, concordo. Em parte. Saí à noite em Helsinki (quer dizer, nem sei se era noite) e também em Rovaniemi. Na primeira cidade, achei os frequentadores noturnos muito ensimesmados, envoltos consigo mesmos, mesmo entre os próprios finlandeses. Em Barcelona,por exemplo, foi completamente diferente. Mas em Rovaniemi... Ah! Rovaniemi, não só conheci o Papai Noel como ganhei um presente lá (risos). Aqui na América Latina, o único país que aprovou tal lei é aquele que, no atual contexto, não posso citar o nome. Aquele mesmo, do *&^%$(). Os demais, somos preconceituosos o suficiente para apenas debater, quanto mais aprovar qualquer lei que seja nesse sentido. O Sigur Rós o conheço desde a origem e sou simplesmente arrastado por eles desde então. Acho tudo muito tocante. Agora, quanto a hoje: foi bom, foi quase ótimo. Eu queria 4 x 0, mas está de bom tamanho. Desejo igual sorte a vocês amanhã. Já falamos sobre isso e seria linda uma final entre nós. Quanto ao Chile, lamento, mas não foi desta vez. E os árbitros são uns tapados. E a FIFA correu a proibir a repetição das jogadas incertas para não ser criticada. Essa FIFA é uma máFI(F)A! Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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