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sábado, 26 de junho de 2010

Perdemos nossa inibição

O título deste post faz parte da música-tema da World Cup 2010: "As we lose our inihibition". É, a música que é da Coca-Cola. Porque cada pedacinho da Copa do Mundo é pago, é conversível em publicidade. OK. A Copa do Mundo é de uma entidade particular, da FIFA, e não um evento sem fins lucrativos.




Mas nem por isso quero deixar de registrar um sentimento que, presumo, acomete o mundo em duas grandes ocasiões: durante uma Copa do Mundo e nas Olimpíadas. De dois em dois anos, dos 6 bilhões de passageiros desta nave incerta que é a Terra, alguns milhares concentram-se para reproduzirem em algum lugar deste planeta um show de integração.



Hoje estamos a meio caminho deste evento. São 15 dias de Copa do Mundo e faltam apenas outros 15. Até agora, dos 32 países que foram à África do Sul, 16 já disseram adeus. Outros 16 engalfinham-se. Certo, há uma ligeira semelhança com tons de guerra. Mas, pode-se dizer que nesta guerra, as regras são mais rigorosas e quase que cumpridas, com baixas aqui e ali, mas sem morte. Espero.




O que quero dizer é que dos EUA à Coreia do Norte, durante 30 dias há pessoas dos cinco continentes que, representadas por um determinado percentual de torcedores que tem condições de ir pessoalmente ao evento, perde a inibição e é capaz de desfazer, por poucos dias, a babel duramente construída pelos seculares tijolos humanos que deram início à nossa grande tragédia, da humanidade, de nos separarmos tanto a ponto de parecermos diferentes.




No entanto, apenas parecemos diferentes. A língua, que é o elemento mais evidente dessa diferença, não quer dizer muita coisa, na minha opinião. Já viajei para terras "estranhas" o suficiente para dizer que a comunicação, quando necessária, se faz. Basta que sejamos, você e eu, humanos. Nos entenderemos perfeitamente por gestos, olhares, mímicas ou seja lá o que for preciso para que nos coloquemos em bons termos.




Perdemos nossa inibição porque, no mais profundo de todos nós, não tem o menor sentido nos constrangermos uns com os outros pelo simples fato de você ter nascido sob o sol inclemente das margens do Saara e eu ter nascido ao abrigo do gelo do Alaska. É apenas geografia.




Adoro saber que podemos perder a inibição, de nos mostrarmos e à nossa alegria da mesmíssima forma. Assisti a poucos jogos deste campeonato mas, repare! Os rostos dos norte-americanos, ganeses, marfinenses, coreanos, alemães, portugueses, eslovacos, dinamarqueses, uruguaios, argentinos, brasileiros, italianos, franceses e tantos outros são iguaizinhos: urram, gritam, sorriem, beijam alguma coisa íntima, saltam, ajoelham, agradecem, choram. São todas emoções desinibidas que nem as 40 câmeras de cada estádio são capazes de conter. E quantos serão os olhos que acompanham esse imenso big brother mundial? A última informação que li sobre audiência dava conta de que pelo menos 30 bilhões (audiência acumulada nos 30 dias) devem ver os jogos em 214 países!




Pois então por que não ser desinibido? Por que não arrancar a camisa e sair de peito aberto para comemorar tanta vibração? Por que não contaminar os demais 335 dias do ano com tanta emoção? Será que é tão difícil converter gols em gestos? Será que é tão complicado perder a inibição em cadeia mundial não mais de TV, e sim ao vivo, ao lado?




Embora as tragédias cotidianas continuem a ocorrer dia após dia nesses 30 dias que duram a World Cup, tenho a impressão que a Cup contém a maior parte do veneno. Assim como no Brasil, nas grandes cidades, o congestionamento cai a 0 Km, é quase como se a dor mundial caísse a níveis administráveis. 




Ou, pelo menos, a mídia, nessa era de real time, globalizado, converge seu foco para a Copa e deixa o resto do mundo com seus problemas. Sabe que é um fôlego, um respiro? É uma trégua e dá, sim, um alento. Pois aproveite que temos 15 dias pela frente. Depois, de volta à vida! Ou, no caso de muitos, à morte!


P.S. Escrevi este post e esperei quase 2 horas para publicá-lo porque a minha provedora de banda larga, a NET, saiu fora do ar. Como acontece todos os dias. Começo aqui uma campanha: a Campanha pela Real Conexão porque o mundo não é dos nets coisa alguma, e sim dos que reclamam seus devidos direitos de consumidor. Me respeite, NET, ou passe a cobrar time on demand. Lhe asseguro que sua arrecadação comigo cairá o bastante para sua qualidade melhorar. Que inferno!

2 Comentários:

João Roque disse...

Eu tenho visto por assim dizer todos os jogos do Mundial, e tenho reparado na excelência das realizações, dando-nos pormenores fantásticos, quer de jogadores quer do público.
Deve haver uma quantidade imensa de câmaras e a "régie" tem um trabalho primoroso na selecção de certos planos sem cortar jogadas importantes.

Redneck disse...

João, pois é. A FIFA tem caprichado na geração das imagens. O único problema é que as imagens (e animação) que a FIFA mesmo transmite parece que, para ela mesmo, não são assim tão autênticas. Veja os jogos deste domingo com o gol anulado da Inglaterra e o outro gol não anulado daquele time que usa uma roupa estranha com listras azuis e brancas. Dois pesos, duas medidas e nenhuma palavra da FIFA, a despeito do lance ter sido visto no estádio, inclusive com os erros bem em slow motion. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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